quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Oswaldo Montenegro - Metade


Que a força do medo que tenho... Não me impeça de ver o que anseio.... Que a morte de tudo em que acredito... Não me tape os ouvidos e a boca.. Porque metade de mim é o que eu grito.. Mas a outra metade é silêncio... Que a música que ouço ao longe.. Seja linda ainda que tristeza ...MESMO que distante.. Porque metade de mim é partida.. Mas a outra metade é saudade... Que as palavras que eu falo Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor.. Apenas respeitadas.. Como a única coisa que resta a uma mulher inundado de sentimentos ..Porque metade de mim é o que ouço.. Mas a outra metade é o que calo... Que essa minha vontade de ir embora ..Se transforme na calma e na paz que eu mereço.. Que essa tensão que me corrói por dentro Seja um dia recompensada.. Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso .Que eu me lembro ter dado na infância.. Por que metade de mim é a lembrança do que fui.. Mas a outra metade eu não sei. ..Que não seja preciso mais do que uma simples alegria ..Pra me fazer aquietar o espírito.. E que o teu silêncio me fale cada vez mais... Porque metade de mim é abrigo ..Mas a outra metade é cansaço. ..Que a arte nos aponte uma resposta.. Mesmo que ela não saiba ..E que ninguém a tente complicar ..Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer ..Porque metade de mim é a platéia ..A outra metade é a canção... E que a minha loucura seja perdoada ...Porque metade de mim é amor ...E a outra metade também....

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